terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Todo começo tem um início... DUH!

Esse blog é diretamente influenciado por duas pessoas. A primeira é meu amigo Felipe que montou um blog e deu vontade de escrever também. Já que vou ficar fora de Sampa por um tempo considerável, resolvi compartilhar aqui algumas experiências e impressões. E o título é baseado em algo que ele sugeriu. A outra pessoa seria Kazushi Hagiwara, autor de mangás. O subtítulo é uma referência direta a ele.

Bom gente, é isso aí, estou em pleno processo de admissão da Vale, para a mina do Sossego, em Canaã dos Carajás, PA. Legal né? Ou não. Tem coisas muito ruins no âmbito pessoal rolando nessa história. Mas a isso, volto mais tarde.

Tudo começou quando eu estava em casa, de boa, arrumando a minha cama que tinha havia quebrado no ano passado, e depois de pintar o quarto inteiro, resolvi parar de enrolar e arrumar a danada. De repente meu celular toca e uma tal de ADAPTRH me pergunta de eu estaria interessado na vaga. É claro que eu estava, faz dois anos que to sem trampo e queria voltar ao batente.

Confusões de e-mails pra lá e pra cá a parte, recebi a notícia de que tinha um avião me esperando no domingo. Saco, teria que desmarcar uma viagem programada com minha namorada. Quando estava no ônibus chegando à casa dela, me ligam de novo da Vale. O vôo era na segunda. LEGAL, poderia ter viajado com a Pi mas NÃO... os caras tinham que me zoar logo de cara. No fim, daria tudo certo porque recebi a notícia que o lugar para onde pretendíamos viajar estava alagado mesmo...

Enfim, segunda feira, primeiro de fevereiro de dois mil e dez. Número palíndromo. Quatro e meia da manhã um táxi me pega na casa da Pi e lá vou eu para o aeroporto de Congonhas. Chegando lá ainda tenho que esperar o aeroporto abrir. Espera aí, não era 24h? Pois é, não entendi e nem deu vontade de perguntar.

VÁRIAS pessoas com camisetas do Metallica pegando vôos. Pudera, o show foi nesse fim de semana. Mas voltando ao assunto:fiz o check in e descobri que seria uma bola de pingue pongue, escalas pra todo lado! Fui pra sala de espera e liguei o note book. Esses aparelhinhos são uma dádiva em horas como aquela.

Primeiro vôo, Congonhas(SP) -> Galeão(RJ). Companhia? TAM. Ao menos todos os vôos seriam com a empresa mais confortável do momento. Na hora da descida, aconteceu algo BEM triste. Devido a um problema de pressão ocular, toda vez que ia descer a serra em direção ao litoral, eu tinha crises homéricas de dor (não “de”, mas “na”) na cabeça, mas até hoje isso nunca tinha ocorrido em aviões, e olha que já voei bastante nos tempos da Mynarski.

Bom, me deu um ataque dessas dores, e embora não tenha sido o mais forte, foi extremamente desagradável. Cheguei ao Galeão e, como não poderia deixar de ser, graças ao atraso em Congonhas, mal tive tempo de embarcar na conexão. Próxima parada, Belém (PA).

Galeão(RJ) -> Belém(PA). Fico triste em dizer que mesmo a TAM já teve dias melhores. Lembro de quando o lanche servido na aeronave era um delicioso sanduba de peito de peru, salada e algum molho não identificado a base de queijo. Hoje são duas torradas Bauduco, um polenguinho ou geléia e um cookie de chocolate. É a crise dizem uns. Eu digo que é querer lucrar ainda mais. Bom, vôo sem grandes incidentes, só uma turbulência pequena na hora da descida, mas nada que fosse sequer preocupante aos acostumados. Mas novamente a dor na cabeça voltou a atacar. Dessa vez bem mais fraca, mas ainda assim chata pra diabos.

No aeroporto tive um péssimo presságio: mesmo com chuva, o ar condicionado não era o suficiente para vencer o calor. Se aqui estava assim, não quis nem imaginar como estaria no próximo destino, Marabá(PA). Quanto a espera, novamente o Vôo atrasou e fiquei uma hora mofando no saguão do aeroporto. Santo note book salva tédio!

Belém(PA) -> Marabá(PA). Esse vôo no fim foi o mais sossegado de todos, minha cabeça não doeu nada. Fiquei sabendo que sobrevoamos o aeroporto por um bom tempo até ter autorização para pousar, mas não vi nada na hora, estava dormindo como uma pedra. O lanche foi mais micho ainda, um pacote de 50g de AMENDOINS!

Chegando a Marabá, a plataforma de desembarque era apenas uma escadinha na pista mesmo, nada que não tivesse visto antes, mas deu uma saudade de aeroportos grandes como Congonhas ou o Galeão. Depois de pegar minha indefectível mochila mestre Kame, na saída do aeroporto me esperava um homem com uma folha sulfite com o meu nome e de outro candidato. Era nosso motorista até Canaã dos Carajás, mais três horas de carro. E sem ar condicionado. Hehê...

Durante a viagem fui conhecendo tanto ele, que não me lembro o nome (era meio complicado para os padrões paulistas), quanto meu colega de profissão, Samuel. Não houve nenhuma rivalidade já que éramos dois candidatos para duas vagas. Só to na apreensão porque o rapaz é fanático por futebol e é agroboy de São Carlos... Bom, ele também não vai se sentir confortável quando eu revelar meu lado B... e como mandam os costumes, novatos andam em bandos em lugares longes como aqui.

Chegamos a cidade e depois de nos instalarmos no hotel, resolvemos dar uma passeada na cidade e, não tinha muita coisa. Não há nada mais a falar sobre a cidade. O clima era o que eu esperava, QUENTE. E olha que está fazendo uma ondinha de frio na região. Nada de mais, já enfrentei coisa pior no Amapá. Mas isso não quer dizer que eu goste de calor.

O restaurante do hotel é show, comi uma lasanha vegetariana super duper. Se continuar aqui, vai ser dose manter a reeducação alimentar. Quanto ao quarto, típico do norte: móveis regulares e uma cama (no caso Box) nota A+++, essa parte de deitar e tudo o mais feito em colchões é uma prioridade da população local. O condicionador de ar demora à dar conta do recado, mas uma vez dada, chega a ser necessário um lençol na hora de dormir. Ponto mais do que positivo!

Acordei cedo, eram 6:30. Tomei um gostoso e revigorante banho gelado (com o calor que é aqui, qualquer outra temperatura é suicídio), me vesti e fui tomar café, junto com meu novo companheiro. Gostos que eu não gosto a parte, ele é uma companhia bem agradável. Dizem que engenheiros se entendem, acho que é verdade.

Bom, o café não tinha nada de sofisticado, não que eu esperasse algo do gênero aqui. Mas para minha surpresa, os pães caseiros são extremamente saborosos, assim como o suco natural (e fresco) de maracujá! Depois do café, matei um tempinho lendo jornal no note book a espera do motorista. Assim que ele chegou, fomos a entrevista.

Só as instalações da manutenção daqui já impressionam. Tanto pelo tamanho dos equipamentos (os maiores do Brasil), quanto pela organização. Empresa com estrutura é outra coisa! A entrevista com o gerente da área foi bem atípica, mas muito mais agradável do que o normal. Ele nem fez muitas perguntas, alegando que é na lida que ele ia saber se tínhamos aquele blá blá blá do CV ou não. E no fim, avisou que se nos visse com roupas engomadinhas novamente (social de praxe para entrevistas), iria nos jogar num tanque de graxa. Até aqui, gostei dele.

Fomos até o RH e acertamos exames médicos para amanhã, e voltamos para o hotel. O Samuel quis dar um pulo na cidade para comprar um chip novo de celular, algo que terei que fazer no futuro. Gosto da TIM, mas as tarifas deles são de matar. Ainda mais em roaming!!!

De volta ao hotel, comi um filé de frango acebolado que estava ótimo. Guarnições: Arroz e salada de tomate, alface e pimentão. Boa pedida para manter o prato light. Voltei para o quarto e comecei a escrever esse post.

Fato inusitado: eram 16:20 e a camareira veio perguntar se eu queria que limpasse o quarto. Por que não limparam de manhã? Ok, fui dar uma volta enquanto ela limpava. Fui conhecer o resto do hotel. Uma área bem grande mas muito mal aproveitada, parece até um motel aí do sudeste com os quartos em blocos térreos e espalhados. Já pensei em fazer um prédio... coisa de paulista. A piscina está meio suja, com sapo morto até, mas se estivesse limpa seria jóia. Bem grande.

Indo perto da região da lavanderia, ao cumprimentar alguns funcionários, Murphy ataca novamente: quase tomei O tombo num pedaço de cimento fresco, que, ao interagir com os funcionários, esqueci de notar. Sorte que desta vez não caí, mas minha havaiana ficou que é só cimento...

Então é isso gente, por hoje fico nessa, quem sabe amanhã escrevo sobre os exames e o resto do dia? Não que seja uma coisa muito interessante para quem ler isso aqui, mas é um desabafo terapêutico para mim.

Então fico por aqui. Vou tentar jogar um pouco de WOW... tenho a impressão que vai ser um grande aliado nas horas de folga. Abraço a todos.

Um comentário:

  1. Vá gostar de trabalhar em 'buraco' assim lá longe! Você e o Alex vão dar as mãos e sair pulando! No mais eu não te invejo pelo calor brutal que deve estar fazendo aí, mas desejo boa sorte! E o RPG ficou na história...

    ResponderExcluir